"Cultura popular: revisitando um conceito historiográfico" Roger Chartier

O autor inicia o texto afirmando que a cultura popular é uma categoria erudita. Ele justifica essa definição de categoria dizendo os debates em torno da definição de cultura popular são restritos a um conceito de delimita a própria cultura popular. Essa afirmação pode parecer óbvia, mas ela deixa entendido o que muitas vezes se encontra oculto. Isso porque Chartier mostra que os mesmos que realizaram os momentos tidos como populares não se definem como artistas populares, e isso é fato simplesmente porque, os valores e conceitos naturais vem da sociedade. As distintas definições da cultura popular podem ser analisadas em dois modelos, o que é vista como um sistema simbólico autônomo, e o que a entende como dependente de referência a uma cultura dominante.

O autor em primeiro momento mostra e expressa a cultura popular como independente e inatingível pela cultura letrada, depois Chartier foca as divisões que existem na sociedade. Essas duas maneiras de expressar a cultura popular não podem ser isoladas, já que os dois modos de analise muitas vezes são usados no mesma obra e pelo mesmo autor, por tanto colocá-las frente a frente pode ser considerado um erro, ou seja, uma contradição.
Chartier expõe a problemática que tenta dar conta da descaracterização da cultura popular. Essa pendência da cultura popular vem aparecendo desde a reforma protestante, a contra-reforma católica, e muitos outros feitos históricos que influenciaram na cultura do povo, mas indústria cultural ou também conhecida como comunicação de massa, foi a principal responsável por essa classificação da cultura popular. Mas o momento em que a cultura popular foi tida como uma cultura baixa não é a intenção do autor, para Chartier o importante é focalizar como ela foi tida dessa maneira.

A questão dos usos diz respeito diretamente ao conceito de apropriação, é através da apropriação, que se dá a operação de "produção de sentido" por parte dos setores não hegemônicos. É através dela que a recepção se torna "matreira" e "rebelde". Com isso o autor ultrapassa as abordagens que avaliam a cultura popular como universo simbólico autônomo ou dependente.
O francês Roger Chartiero afirma que não é plausível aceitar a idéia de que exista um paralelismo entre uma hierarquia dos grupos sociais, o "popular" não se encontra nos objetos, não é palpável, ele se encontra sim nas práticas sociais que se adaptam.


Por: Alexandre gurtat

2 comentários:

Unknown disse...

Muito boa a sua síntese, com palavras bem colocadas demonstrando exatamente aquilo que o autor coloca de maneira simples, contudo muito abrangente.

Beth Queijo disse...

Muito Bom!! Parabéns!!